Reflexões expostas no facebook durante 2012
Face em 7 de julho de 2012
CATOLICISMO ( 2 ) - ao
acompanharmos a história do catolicismo percebemos que esta é marcada pela dor
desde a primeira hora. Ser católico não é algo popular! O católico se distancia
e é distanciado. Está no mundo mas não é do mundo. Ama o mundo sem ser do mundo.
É uma dinâmica, um exercício, uma luta interior constante. A talha de um
católico está justamente nesta vida interior/luta interior. Vida interior/luta
interior significa a percepção de que em sua carne encontra-se o sobrenatural,
no cotidiano encontra-se o eterno.
Face em 1 de
julho de 2012
CATOLICISMO ( I ) - o catolicismo surge na história humana sob a signe da destruição. A cruz é uma
tentativa desesperada de destruí-lo na pessoa de seu líder. O Evangelho antes
de ser uma doutrina é um relato de um acontecimento. Desde então até os dias
atuais o católico está constantemente versado na ideia de que desaparecerá .
Dizer que o Brasil já foi católico e é menos é erro no sentido histórico. Ser
católico não é o ato de denominar-se como tal, se antes as pessoas o faziam e
hoje o fazem menos isto não traduz qual o nível de vida interior encontrado.
História por história não vejo grande diferença entre o século XIX com o
momento atual em termos de vida interior. No século XIX nós tínhamos
escravidão, por exemplo, atualmente temos Bolsa Família e salário mínimo que
significam a versão moderna da escravatura.
face em 29
de abril
"Exigimos insistentemente
que os direitos humanos e os direitos do
cidadão sejam respeitados! Esses direitos são indispensáveis ! Não podem ser
atribuídos em forma de concessão. O homem nasce munido desses direitos e
procura exercê-los ao longo de sua existência. Quando eles não podem ser
exercidos nem aplicados, o homem então se rebela! E não poderia ser de outra
forma, pois ele é homem. Sua honra o exige! [...] O homem que se sente tolhido
é capaz de tudo . A polícia e as prisões não proporcionam qualquer resposta .
Elas simplesmente elevam o preço que no fim das contas será necessário pagar.
Um único caminho leva à paz e à unidade nacional: o que passa por um respeito
absoluto dos direitos humanos , dos direitos dos cidadãos e dos
poloneses!"
Alocução emitida durante
procissão Corpus Christi por Karol Wojtyla em 6 de junho de 1977 tendo a
concorrência de vários jovens que então fomentavam um movimento - Comitê
Estudantil Solidariedade (SKS por se tratar de um movimento polonês), este
mesmo movimento mais tarde enseja um outro, realizado por operários, liderados
por Lech Walesa, cujo seu sindicato é Sindicato Solidariedade. Este movimento
sindical é a pedra angular de toda mudança que se deu no Leste Europeu a partir
de então.
(Trecho encontrado em João Paulo
II (biografia) de Bernard Lecomte pela ed. Record (2005, p. 264-265))
face em 6 de
abril
A essência do cristianismo está
na ressurreição. Cristianismo não é moral, embora a tenha; cristianismo não é
doutrina, embora a tenha; cristianismo
não é religião, embora o seja; o cristianismo é essencialmente uma revelação
apoiada na ressurreição! Numa perspectiva estritamente histórica, não é
concebível que após a crucificação aqueles que ficaram pudessem conceber a
continuidade do que tinha ouvido, a começar pelo seu próprio líder, no caso Pedro, que era um
covarde, tinha receio do que dizia um empregada do templo. De todos os assim
chamados apóstolos, com exceção do mais novo, estavam escondidos quando então
ocorreu o desfecho da cruz. Enfim, algo extraordinário aconteceu à época para
que tenha ocorrido uma total transformação de todo um grupo de pessoas, com
pelo menos onze pessoas, a ponto de passarem a anunciar em praça pública o que
dias antes temiam em anunciar. Ainda, algo extraordinário ainda acontece para
dois mil depois estarmos ainda revivendo aqueles dramáticos momentos.
face em 4 de
abril
Um outro personagem que chama
nossa atenção na Semana Santa é Pilatos. Um homem famoso, dois mil anos depois
é lembrado em cada missa que tenha o credo. Ele, certamente, não poderia
imaginar que seu nome, seu ato, sua escolha, fossem se perpetuar por tanto
tempo. De qualquer modo, Pilatos era um homem de carreira. Estava onde estava,
naquela época, desempenhando uma função de governo. Ocupava um posto e
procurava ascender visando outros, certamente, Jerusalém à época, não era uma
das posições das mais vantajosas dado o contínuo conflito entre a força romana
e os judeus. O lavar as mãos está inserido numa lógica de poder buscando por
aquela atitude um certo compaginamento
na sua relação com os judeus, em outros termos, buscava agradar os
principais de Jerusalém para com isto amenizar as agruras no trato com os
mesmos. Mas nesta situação, há o divórcio entre a ação política e a ação moral.
Pilatos sabia que Jesus Cristo estava sendo entregue por inveja, que ele era um
justo (sua esposa já o tinha dito), estava diante de uma encruzilhada testando
sua estatura. Ele agiu certo ? Sim no sentido político, não no sentido
POLÍTICO, ou seja, há uma política, aqui entendida na arte do fazer o que é
possível, cuja ação não se nutre apenas por aquilo que estritamente o favorece,
mas também pelo que é necessário fazer. O ser humano tem esta dignidade, o de
buscar o melhor, o de ser melhor. Pilatos buscou o melhor sem ser melhor. Este
passo em falso o fez ser aquele líder lembrado pelo pior do que pode ser
acusado, a saber, o de ser omisso! Ele entrou num estratagema que lhe deu pouco
retorno, logo , logo , eclodiriam novas revoltas judaicas, desembocando na
destruição de Jerusalém em poucos anos e ele passou a ser lembrado pelo trecho
... padeceu sob Poncio Pilatos.
face 2 de
abril
É uma semana cheia de personagens, tais como Barrabás ,
Pilatos, os principais de Jerusalém, Maria e tantos outros. Mas destes um que chama atenção é
Judas Iscariote, um ladrão (assim caracterizado no Evangelho de São João). Pois
bem, num dado momento ele tem a oportunidade de realizar um grande negócio,
provavelmente o maior que realizou em toda sua vida, ou seja, com uma traição
ganha 30 moedas de prata, uma considerável soma à época. Porém, ganha a
quantia, em vez de aproveitar a situação, ele se mata! Ele não precisava ter
traído, se não o fizesse ao menos contaria com mais tempo de vida, mas se traiu
porque não aproveitou a situação dada pelo dinheiro? Se matando ele não só
deixou de usufruir da riqueza mas da própria vida. Que fracasso! Numa
perspectiva religiosa, ele estaria no inferno? Sobre isto a Igreja Católica não
tem uma posição categórica por força justamente da forma como Judas concluiu
sua trajetória.